Sempre tive um sonho que até hoje é recorrente. Sonho sempre
que tenho o poder da abstração. Sonho em poder estar numa conversa ou lendo
qualquer coisa que em mim fosse acionado, em caso de um forte impacto com a imbecilidade
humana, o transporte do imaginário. Sonho que nesses momentos em que fico
paralisado com certas coisas que ouço sou arremessado para outro mundo.
Esse mundo as vezes é coberto de cores fortes e sons calmos
mas as vezes quando o absurdo é tremendo caio no breu e no rock and roll.
Sou defensor ferrenho da liberdade de expressão e do livre
pensamento mas juro que em alguns casos esse poder de transporte mental seria
muito útil para minha saúde física.
Mas estou bem condicionado. Aprendi a respirar, sorrir
levemente, balançar a cabeça com olhar blasé, não suar nas mãos e manter elas
paradas. Esse inclusive foi o meu maior desafio.
Existem casos patológicos da inteligência congelada. O que é
isso? São aquelas figuras que você sabe que tem um grau de instrução bacana e favorável,
pessoas dignas, bem colocadas na sociedade cultural mas que por algum motivo,
vai lá se saber qual tiveram seus cérebros congelados na mesmice, caretice e
tiveram sua capacidade de serem contrariados ideologicamente perdida na
exumação de seus egos.
Não que eu não goste de uma boa conversa, discussão, tratar
de assuntos realmente relevantes mas tem coisas que são fantasticamente
engraçadas e drasticamente me atiram no limbo do pessimismo e me fazem sempre
recorrer aquela máxima. ONDE VAMOS PARAR?